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Manhã Legal

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Luto

Morreu em casa, nesse domingo (10), a atriz Eva Todor, 98. A causa da morte, segundo os amigos da artista, foi pneumonia. O velório público está marcado para hoje (11), das 9h às 11h, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. De lá, a cerimônia continuará na capela de número 8 do Memorial do Carmo, no Caju, onde seu corpo será cremado às 16h. Com mais de 80 anos de carreira no teatro e na TV, Eva sofria de Mal de Parkinson e Alzheimer, além de problemas cardíacos, e vivia reclusa em sua casa, na Zona Sul do Rio.

Seu último trabalho na TV foi em “Salve Jorge” (2012), de Gloria Perez. Eva estava em internação domiciliar desde 9 de setembro deste ano. Antes, havia sido internada na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio. Ela era viúva e não deixa filhos.

TRAJETÓRIA

Nascida em Budapeste, na Hungria, em 1919, Eva Fódor Nolding, ou simplesmente Eva Todor, teve um início de carreira artística precoce. Aos 4 anos, foi matriculada em aulas de balé clássico na Ópera Real de seu país natal. De origem judia, emigrou com a família para o Brasil ainda na infância, e aqui continuou dançando.

Aos 9 anos, já tinha se apresentado no Teatro Municipal de São Paulo. A naturalização como brasileira aconteceu com a forcinha de um personagem ilustre. Na década de 40, quando fazia uma peça no Teatro Municipal, ganhou a admiração do então presidente Getúlio Vargas, o que facilitou o processo para conseguir a identidade nacional.

Em entrevista ao projeto Memória Globo, Eva revelou que a decisão de ser atriz não partiu dela. “Decidiram por mim. Meus pais, como bons húngaros, tinham a mania de arte e achavam que toda pessoa devia ter uma educação ligada à arte”, contou. Com o sucesso que fazia nos palcos, não demorou a ser convidada para trabalhar no cinema. “Os Dois Ladrões” (1960), de Carlos Manga, foi seu primeiro filme.

A estreia na TV aconteceria no ano seguinte, com “As Aventuras de Eva”, na então TV Tupi. Ali, ela já mostrava a aptidão para o humor que caracterizou suas oito décadas de carreira. Dali para frente, a TV foi um de seus trabalhos prediletos. E foi como Kiki Blanche, em “Locomotivas” (1977), novela da Rede Globo, que fez grande sucesso.

Eva sonhava interpretar seu último personagem em 2015, quando completou 40 anos de TV Globo e 80 de carreira no teatro, mas não foi possível devido à fragilidade de sua saúde. Ela era do mesmo time de Chico Anysio, o seleto grupo que tinha contrato vitalício com a Rede Globo, algo que não existe mais há anos. Brincava que queria morrer trabalhando.